quarta-feira, 28 de novembro de 2012



© ssobrado, porto, 2011 | se quiserem acreditar



Se quiserem acreditar, muito bem. Agora vou contar como é Octávia, cidade teia de aranha. (...) 
Tudo o resto, em vez de se elevar por cima, está pendurado por baixo: escadas de corda, 
camas de rede, tendas suspensas, cabides, terraços como barcas, odres de água, bicos de gás, espetos, 
cestos pendurados por cordéis, monta-cargas, duches, trapézios e aros para os jogos, teleféricos, candelabros, 
vasos com plantas de folhagens pendulantes. 
Suspensa pelo abismo, a vida dos habitantes de Octávia é menos incerta do que noutras cidades. 
Sabem que mais do que um certo ponto a rede não aguenta.

Italo Calvino, in As Cidades Invisíveis





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