domingo, 2 de junho de 2013



© ssobrado, lisboa, 2013 | reminiscências







      Eu não tinha este rosto de hoje,
      assim calmo, assim triste, assim magro,
      nem estes olhos tão vazios,
      nem o lábio amargo.
      Eu não tinha essas mãos sem força,
      tão paradas e frias e mortas.
      eu não tinha esse coração
      que nem se mostra.
      Eu não dei por esta mudança,
      tão simples, tão certa, tão fácil:
      em que espelho ficou perdida
      a minha face?

      Cecília Meireles






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