sábado, 1 de dezembro de 2012




© ssobrado, évora, 2011 | curta metragem



(...)
- Mário - começou ela a dizer, interrompendo-se de quando em quando para beber - chegou sei lá de onde e ficou uma semana em Lisboa. E desapareceu... depois, desapareceu... até hoje. Apaixonámo-nos, uma paixão repentina, não nos largámos mais. Até a cidade mudou durante essa semana. Mas quando se foi embora, tudo o que me rodeava começou a morrer... e alguns dias mais tarde comecei a receber, com regularidade, bilhetes postais; chegavam dos lugares mais longínquos. Mário escrevera em todos os postais a mesmíssima coisa: 
"Encontrei isto num livro: os rios arrastam com eles a imagem das cidades que atravessam. Amo-te, Mário." 

Al Berto, in Os Jardins do Paraíso





Sem comentários:

Enviar um comentário